Operação no Complexo do Alemão deixa um PM, dois suspeitos e uma moradora mortos

Uma operação conjunta das polícias Militar e Civil foi iniciada na manhã de hoje no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio, para combater o roubo de veículos, de carga e a bancos. Os moradores relatam intenso tiroteio. Passageiros de um ônibus que passava pela região tiveram que se abaixar no piso para se protegerem das balas. Até o momento, quatro pessoas foram baleadas e morreram: uma moradora, um PM e dois suspeitos, segundo a polícia.

A moradora atingida é Letícia Marinho, de 50 anos. Ela foi baleada por policiais dentro do carro onde estava e chegou a ser levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Alemão, mas já sem vida. Denilson Glória, namorado de Letícia, disse que os policiais atiraram quando o carro estava parado num sinal da Rua Itararé. “Ao sair, tinha policial num sinal, paramos. Mesmo assim, o carro foi alvejado”, afirmou. “Só vi ela caindo para o meu lado. Quando eu olhei, tinha um furo no peito”, detalhou. O primo dele, Jaime Eduardo da Silva, foi atingido de raspão no pescoço.

“E agora, o que vou falar para a família que está lá dentro chorando? O que eu vou dizer para a filha da mulher que está lá chorando? O que eu vou dizer para o neto da mulher que está chorando? Vou falar o quê?”, questionou Jaime. “Foi dado para matar. Porque o policial atravessou na frente do nosso carro e deu o tiro.”

A PM informou que criminosos atacaram a UPP da Fazendinha, onde estava o PM que morreu. Ele foi atingido no pescoço. O outro agente foi baleado no pé, mas está fora de perigo.

Segundo o tenente-coronel Ivan Blaz, porta-voz da PM, a situação na região ainda é bastante tensa. “É uma operação que se fazia necessária por conta das ações criminosas que os marginais dessa comunidade vêm desempenhando em diferentes pontos do Estado do Rio de Janeiro”, disse Blaz.

Nas redes sociais, há vários relatos de moradores passando mal com policiais invadindo suas casas e efetuando disparos. O medo agora é que haja algum tipo de retaliação pela morte do PM.

Mais um dia de terror nas favelas do Rio. Mais um dia que essa “guerra contra as drogas e o crime” aponta suas armas somente na direção de pretos e pobres.

Fonte G1

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