Sobe para cinco o número de mortos por intoxicação de bebida adulterada com metanol

30 de setembro de 2025

O governo de São Paulo instalou um gabinete de crise para enfrentar os casos de intoxicação provocados por bebidas alcoólicas adulteradas com metanol. O anúncio foi feito nesta terça-feira (30), pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), durante coletiva no Palácio dos Bandeirantes.

De acordo com o balanço apresentado, já são 22 ocorrências registradas: cinco confirmadas, incluindo uma morte, e 17 em investigação. Outras quatro mortes também estão sendo apuradas.

Situação atual:

  • 1 morte confirmada por metanol;

  • 4 mortes sob investigação;

  • 5 casos confirmados de intoxicação;

  • 17 casos suspeitos em análise.

Entre as ações imediatas do comitê estão a interdição de estabelecimentos suspeitos, a abertura de canais de denúncia, inclusive via Procon, e o reforço da rede de saúde para atendimento às vítimas.

O secretário estadual da Saúde, Eleuses Paiva, destacou que os hospitais já dispõem do antídoto contra o metanol. Segundo ele, o tratamento depende do estado clínico do paciente e a busca rápida por atendimento, diante de sintomas como dor abdominal, náuseas e vômitos, é fundamental para salvar vidas.

PCC não está envolvido, diz governador
Tarcísio negou qualquer indício de participação do Primeiro Comando da Capital (PCC) nos casos de adulteração.
“Tudo o que acontece agora em SP é PCC. Não há nenhuma evidência de envolvimento do crime organizado nesse episódio”, afirmou.

A fala rebate nota da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), que havia levantado a hipótese de ligação com importação ilegal de metanol para adulteração de combustíveis.

Alerta nacional
Em comunicado, a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad), vinculada ao Ministério da Justiça, ressaltou que a atual contaminação ocorreu em contextos de consumo social de álcool, e não apenas em situações de uso deliberado de combustível, como já registrado em anos anteriores.

Segundo a Senad, “a ingestão acidental ou intencional de metanol pode provocar intoxicações graves e fatais”. O órgão reforça que adulterações desse tipo podem gerar surtos epidêmicos, com alta letalidade e grande impacto em saúde pública, exigindo resposta imediata das autoridades, sobretudo às vésperas do fim de semana, período de maior consumo em bares e festas.

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