Mulher suspeita de queimar marido vivo em Caieiras ganha prisão domiciliar e família teme por segurança

24 de setembro de 2025

A morte de Eliseu, de 42 anos, em Caieiras, continua causando indignação entre familiares e moradores da região. Ele teve 97% do corpo queimado após ser atacado dentro de casa em 10 de agosto e morreu 17 dias depois, em 27 de agosto, em um hospital da capital paulista. A principal suspeita do crime é a própria esposa, Jacqueline, que recebeu o benefício da prisão domiciliar sob a justificativa de precisar de tratamento para as queimaduras que também sofreu.

Segundo as investigações, Eliseu estava sentado no sofá, assistindo TV ao lado da filha de 2 anos, quando foi incendiado após uma briga. A criança não foi atingida pelas chamas, mas presenciou o ataque e o desespero do pai. Imagens de câmeras de segurança mostram os gritos da vítima pedindo ajuda e tentando se salvar, enquanto a menina chora assustada.

Jacqueline demorou 17 minutos para acionar o socorro e, em vídeos feitos por vizinhos, aparece chorando e pedindo perdão ao marido, que tentou apagar o fogo entrando na piscina da casa.

Versões contraditórias

Durante o processo, Jacqueline apresentou três versões diferentes sobre o incêndio: primeiro disse que o fogo começou ao tentar acender uma churrasqueira na sala; depois, afirmou que a explosão de um narguilé teria provocado as chamas; e, por fim, disse à filha mais velha de Eliseu que a causa teria sido a explosão de um celular.
A perícia da Polícia Civil descartou todas as hipóteses apresentadas, pois não encontrou nenhum dos objetos mencionados.

Familiares relataram que Jacqueline já havia tentado queimar Eliseu em março, usando acetona, e que o relacionamento, de quatro anos, era marcado por ciúmes e episódios de violência. Horas antes do crime, ela invadiu o prédio da ex-mulher de Eliseu, fez ameaças e destruiu o carro dela. Segundo parentes, Eliseu não registrava boletins de ocorrência por medo de represálias, principalmente contra a filha caçula.

Revolta

Jacqueline foi presa em flagrante e chegou a ter a prisão convertida em preventiva. No entanto, a defesa conseguiu a prisão domiciliar, alegando que o sistema prisional não teria condições de oferecer o tratamento médico necessário para as queimaduras que ela sofreu.

A decisão revoltou a família da vítima, que afirma viver com medo e teme por sua segurança.

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