Uma denúncia divulgada pelo advogado e colunista Hermano Leitão, no portal Dois Pontos, levantou questionamentos sobre contratos recentes da Prefeitura de Caieiras. Entre os gastos, chama atenção a destinação de R$ 5,7 milhões para a compra de areia destinada a quadras de beach tennis.

Segundo o levantamento, a Secretaria de Obras teria empenhado mais de R$ 100 milhões em contratos, muitos deles com indícios de repetição de fornecedores e possíveis direcionamentos de licitação. Entre os valores apontados estão R$ 70,5 milhões para recapeamento de vias (com licitação em andamento), R$ 13,4 milhões para serviços de tapa-buracos com a empresa A3 Terraplenagem, além de R$ 2,3 milhões para a construção de uma Unidade Básica de Saúde e R$ 6,4 milhões para uma creche no Residencial San Marino.

O contrato da areia

O ponto mais polêmico, no entanto, é o contrato de R$ 5.737.438,45 firmado com a empresa Nova RB e LH Comércio para o fornecimento de areia voltada à prática de beach tennis. O colunista destaca ainda outras aquisições de materiais de construção, como ferragens, itens de carpintaria e pintura, que somaram mais de R$ 3,8 milhões.

Questionamentos sobre licitações

Hermano também chama atenção para contratações recorrentes de empresas ligadas a um mesmo grupo econômico, como Casamax Comercial, A3 Terraplenagem e RGSE Projetos de Engenharia, sugerindo possíveis parcelamentos de licitação e direcionamento de recursos. Um exemplo citado foi a contratação da RGSE, no valor de R$ 10 milhões, para elaboração de projetos e emissão do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros, valor que, segundo ele, contrasta fortemente com outros serviços similares contratados no mesmo ano, que juntos somaram apenas R$ 254 mil.

Lazer em meio a outras prioridades

Para o colunista, a compra milionária de areia levanta dúvidas sobre as prioridades da gestão municipal. Ele ironizou o que chamou de “necessidade extraordinária de adquirir quantidade saariana de areia” em meio a um cenário em que a cidade, em sua visão, ainda enfrenta outras demandas mais urgentes. Outro ponto levantado foi o porte da empresa contratada, que possui capital social de apenas R$ 150 mil, mas recebeu uma licitação de valor dezenas de vezes maior.

A Prefeitura de Caieiras ainda não se manifestou sobre as denúncias.