Com volume crítico, abaixo de 30%, Sistema Cantareira aciona plano emergencial de abastecimento
O Sistema Cantareira, que abastece cerca de 10 milhões de pessoas na Região Metropolitana de São Paulo — incluindo os municípios de Franco da Rocha, Caieiras, Mairiporã, Cajamar e Francisco Morato, integrantes do CIMBAJU — entrou oficialmente na faixa de restrição (nível 4) devido à queda no volume de água armazenado.
Com menos de 30% da capacidade útil, o sistema operará com limite de retirada reduzido, passando de 27 m³/s para 23 m³/s a partir de 1º de outubro. Como medida emergencial, a Sabesp recebeu autorização da Agência Nacional de Águas (ANA) para captar até 10 m³/s da Bacia do Paraíba do Sul, por meio do reservatório Jaguari, interligado à represa Atibainha.
A crise é resultado de chuvas abaixo da média nos últimos meses. Para conter perdas e preservar os volumes nos reservatórios, a Sabesp ampliou a redução da pressão da água na Grande São Paulo. Desde segunda-feira (22), o tempo da medida passou de oito para dez horas diárias, sendo aplicada agora das 19h às 5h.
Anteriormente, desde 27 de agosto, a redução acontecia das 21h às 5h. A mudança segue recomendação da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp), diante da ausência de previsão de chuvas e da situação crítica dos níveis dos mananciais.
O Sistema Cantareira é composto por cinco reservatórios interligados e é considerado um dos principais responsáveis pelo abastecimento da Grande São Paulo e da bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ). A gestão é feita de forma conjunta entre a ANA e a SP Águas, com base em critérios estabelecidos após a crise hídrica de 2014/2015.
O nível do sistema nesta semana é o mais baixo para o período desde 2015, segundo dados oficiais.