Bebê vítima de agressões morre em Jundiaí; mãe está presa preventivamente
Morreu na tarde desta quinta-feira (25) a bebê de um ano e três meses que havia sido agredida pela mãe em Jundiaí. A confirmação foi feita pelo Hospital Universitário (HU), que informou que a morte encefálica foi constatada às 17h50. A criança estava internada desde a última sexta-feira (19).
Segundo a Polícia Civil, as agressões são investigadas como tentativa de homicídio. A Justiça decretou a prisão preventiva da mãe, de 23 anos.
Histórico de agressões
O caso havia sido registrado inicialmente como lesão corporal grave e maus-tratos. Porém, a polícia apura indícios de que a menina sofria violência desde fevereiro, quando deu entrada pela primeira vez no HU com sinais de desnutrição e marcas de mordidas.
O delegado Rafael Diório, do 5º DP de Jundiaí, afirmou que a vítima apresentava fraturas, queimaduras e sinais de violência contínua.
“É uma sequência de condutas que não se enquadram apenas em maus-tratos. Consideramos quase como tortura. É um caso muito triste”, declarou.
A coordenadora pediátrica do HU, Stela Tavolieri, relatou que a bebê chegou entubada e com múltiplas lesões, incluindo queimaduras, mordidas, unhas arrancadas e ferimentos incompatíveis com a idade, já que não andava.
Acompanhamento e sindicância
O Conselho Tutelar acompanhava a família, mas a mãe havia mudado de endereço sem informar o órgão. Diante do caso, a Câmara Municipal de Jundiaí aprovou a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar uma possível omissão do Conselho Tutelar.
A Prefeitura também determinou a instauração de sindicância para apurar a atuação do Conselho Tutelar 3, por meio do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA). O caso é acompanhado ainda pelo Ministério Público.
Relembre
No dia 19 de setembro, a bebê foi levada inicialmente à UPA Vetor Oeste, onde sofreu quatro paradas cardíacas, antes de ser transferida ao HU. A denúncia contra a mãe partiu de uma médica que acompanhava a criança desde a primeira internação, em fevereiro.